Até quando não ter escolhido sua carreira é a melhor escolha?
- Maria Antonieta Lemos
- 20 de mai. de 2024
- 2 min de leitura
Na caixinha de perguntas da semana passada este post rendeu diversos comentários. A pergunta era: Por que você ainda não trabalha com o que você gosta? E um seguidor comentou que era porque trabalhava na empresa do pai.
Minha resposta falava sobre como todos temos direito de querer outra coisa e mudar de ideia, mesmo que tenhamos feito um compromisso com nossos pais de dar continuidade àquilo que eles construíram e que muitas vezes foi o que nos deu a vida que tivemos.
Vou trazer aqui algumas reflexões.
Se seus pais dedicaram uma vida toda para construir um negócio que hoje tem muito sucesso, por que você não pode fazer o mesmo?
Em uma certa época da vida ter este emprego garantido talvez tenha sido justamente o que você precisava! Tenho uma amiga com 3 filhos pequenos que trabalha com a mãe o que a permite fazer seu horário e ter flexibilidade suficiente para estar presente com sua família. Que privilégio! Porém, será que este privilégio é sustentável?
Quando escolhemos seguir os passos da família, estamos escolhendo a nós mesmos ou à família?
Até quando não ter escolhido sua carreira é a melhor escolha?
Só você tem estas respostas. Você sabe. Uma coisa eu te garanto, se você se identificou com este texto é porque já há uma voz dentro de você te dizendo que não é bem isso que você deveria estar fazendo. E eu estou aqui pra te dizer que você pode sim escolher algo genuíno para você – mesmo que ao final do processo você escolha continuar exatamente onde está.
A chave é explorar possibilidades sem nenhuma mudança radical. Experimentar, provar diferentes caminhos para que você possa ter clareza do que quer e do que não quer e então, ao final do processo, poder tomar uma decisão com tranquilidade e leveza. Enquanto você continuar onde está, mas sentindo inveja de quem faz o que gosta, raiva de quem te colocou ali ou se sentindo impotente você pode acabar reagindo sem pensar ao invés de agir intencionalmente.
Algumas dicas de como começar a explorar.
Faça uma lista de quem você admira profissionalmente e por quê. Inclua detalhes sobre a ocupação da pessoa, mas também como ela é e como se comporta.
Escreva tudo o que você faz em um dia típico. Desde a hora que acorda, até dormir, anote desde o que você comeu até com quem conversou e sobre o que. Ao lado de cada ponto faça um check daquilo que foi escolha sua. Por exemplo: levar os filhos na escola talvez não tenha sido escolha sua, mas aquilo que você almoçou sim. Selecione uma coisa que você pode passar a escolher a partir de amanhã. Comece com algo pequeno, como colocar seu próprio despertador ao invés de acordar com o alarme do outro.
Faça outra lista daquilo que você gosta e não gosta no que você faz hoje.
Agora avalie se alguma destas coisas que você gosta aparece também na lista de quem você admira.
Escreva bem grande no topo da página: Como posso escolher fazer esta coisa amanhã?
O objetivo é que você comece a praticar seu poder de escolha com o menor passo possível e assim construir sua autoconfiança para que, fortalecido possa escolher seu próprio caminho.


