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A liberdade de não se restringir

Desde que me conheço por gente tenho o mesmo corpo e o mesmo peso. Não me odeie, trabalho muito duro para isso tanto na academia quanto no divã.


Quando tinha 15 anos eu só queria ser igual as minhas amigas do colégio. Elas tinham o cabelo liso, o meu era cacheado; elas moravam em mansões, eu morava em um apartamento que só tinha um banheiro; elas faziam dieta e eu era naturalmente magra. Já que não podia mudar onde eu morava, eu fazia escova e contava calorias. E vivi desse jeito por muitos e muitos anos. Eventualmente, assumi meu cabelo cacheado porém foi muito difícil comer sem culpa, sem obcecar com cada garfada, sem controlar cada desejo.


Hoje, com muitos anos de autoconhecimento no meu currículo, sei exatamente como minha cabeça e meu corpo funcionam. Se eu penso muito no que vou comer, engordo. Se como o que tenho vontade quando tenho vontade, emagreço. Louco, né? Para mim, a restrição gera muita ansiedade e a consciência, liberdade. Passar o dia tentando conter minha vontade de comer um pedaço de chocolate só me fazia comer uma barra inteira à noite. Prefiro olhar para dentro e perguntar: eu quero isso? Isso vai me fazer bem?


Esta vontade é genuína? Quando não sei a resposta, eu paro, ponho a mão no coração e respiro fundo. Só eu sei o que me faz bem, só eu sei o que me alimenta.

 
 

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